Entre o Medo e a Luz. 2020: um Diário

O Diário veio contrariar o enfado, a doença, a moleza do instante, a opressão reinante. Os Diários são animados pelos ventos da viagem. Longas rotas ignotas, "uma pequena luz" na noite do navio, uma candeia no caminho do viajante, a tábua onde escrever cartas de amor e depois a resis...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Main Author: Braga, José Miguel (auth)
Format: Electronic Book Chapter
Language:Portuguese
Published: Braga 2023
Subjects:
Online Access:DOAB: download the publication
DOAB: description of the publication
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!

MARC

LEADER 00000naaaa2200000uu 4500
001 doab_20_500_12854_114065
005 20230913
003 oapen
006 m o d
007 cr|mn|---annan
008 20230913s2023 xx |||||o ||| 0|por d
020 |a uminho.ed.55 
040 |a oapen  |c oapen 
024 7 |a 10.21814/uminho.ed.55  |c doi 
041 0 |a por 
042 |a dc 
072 7 |a BJ  |2 bicssc 
100 1 |a Braga, José Miguel  |4 auth 
245 1 0 |a Entre o Medo e a Luz. 2020: um Diário 
260 |a Braga  |c 2023 
300 |a 1 electronic resource (531 p.) 
336 |a text  |b txt  |2 rdacontent 
337 |a computer  |b c  |2 rdamedia 
338 |a online resource  |b cr  |2 rdacarrier 
506 0 |a Open Access  |2 star  |f Unrestricted online access 
520 |a O Diário veio contrariar o enfado, a doença, a moleza do instante, a opressão reinante. Os Diários são animados pelos ventos da viagem. Longas rotas ignotas, "uma pequena luz" na noite do navio, uma candeia no caminho do viajante, a tábua onde escrever cartas de amor e depois a resistência, a percepção do corpo aprisionado, a passagem para o outro lado. Nesse dia em que começamos a escrever todos os dias, somos levados indo e às vezes encantados com a aparição das coisas. Uma corpo-escrito, o exercício da respiração, a observação. Vivo chegado aos ventos do mar. O Zéfro soprando levemente, mas também o Bóreas enrugado nas serranias e promontórios, com o seu modo desgrenhado de tocar as coisas. Olho no alto os céus navegando nuvens. Depois a terra e as suas variações, coisas da água e da arquitectura. Vivo numa terra misteriosa e nós por cá. Lá vou eu à cidade. Tempo para os jornais falados. Não se pode perder nada. O espectáculo é bom. O humano entendimento que acontece nas cidades. As casas, as histórias e um tempo para a meditação. As coisas que se dizem. Não podemos perder nada, não podemos perder nada. O Diário é um vício, às vezes um instante ou uma fulguração e noutro dia o assunto vem mais longo e denso ou difícil de explicar. Deixamo-nos ir. Aos poucos vão-se juntando fragmentos, coisa vista, impressões, uma fala. Reparo que durante o Diário aparecem os pássaros. Fico contente a escrever, numa espécie de visitação a lugares que julgava perdidos e logo se abre uma porta e se levantam imagens, pequenas coisas que podem acontecer durante o silêncio. A música, a página em branco, a tentação. 
540 |a Creative Commons  |f https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/  |2 cc  |4 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ 
546 |a Portuguese 
650 7 |a Diaries, letters & journals  |2 bicssc 
856 4 0 |a www.oapen.org  |u https://doi.org/10.21814/uminho.ed.55  |7 0  |z DOAB: download the publication 
856 4 0 |a www.oapen.org  |u https://directory.doabooks.org/handle/20.500.12854/114065  |7 0  |z DOAB: description of the publication