ID201 Linfoma Folicular: monitoramento do horizonte tecnológico

Introdução O linfoma folicular (LF) é um tipo de linfoma não Hodgkin indolente, recidivante e de evolução crônica. O tratamento é principalmente quimioterápico, todavia casos refratários e recidivante têm gerenciamento clínico limitado pela falta de alternativas terapêuticas. Assim, tratamentos inov...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Francino Machado de Azevedo Filho (Author), Aline Pereira da Rocha (Author), Aline do Nascimento (Author), Thais Conceição Borges (Author), Ana Carolina de Freitas Lopes (Author), Haliton Alves Oliveira Junior (Author), Rosa Camila Lucchetta (Author)
Format: Book
Published: Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia, 2024-11-01T00:00:00Z.
Subjects:
Online Access:Connect to this object online.
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:Introdução O linfoma folicular (LF) é um tipo de linfoma não Hodgkin indolente, recidivante e de evolução crônica. O tratamento é principalmente quimioterápico, todavia casos refratários e recidivante têm gerenciamento clínico limitado pela falta de alternativas terapêuticas. Assim, tratamentos inovadores prometem entregar melhores resultados. Neste sentido, o monitoramento do horizonte tecnológico (MHT), uma etapa específica do processo de avaliação de tecnologias em saúde (ATS), tem como objetivo identificar tecnologias novas e emergentes, prevendo impactos no sistema de saúde, bem como subsidiar as ações dos tomadores de decisão. O objetivo deste trabalho foi identificar tecnologias emergentes para o tratamento do LF, mapeando estado regulatório internacional e nacional, benefícios clínicos, segurança e recomendação internacional pelas agências de ATS. Métodos Trata-se de um estudo de MHT com busca na plataforma Cortellis Drug Discovery Intelligence, nas agências regulatórias internacionais (FDA e EMA) e nacional (Anvisa); e nas bases de dados Medline e PubMed Central (via PubMed), EMBASE e ClinicalTrials (março de 2023). Foram priorizadas tecnologias com registro há menos de cinco anos no FDA e EMA e ensaios clínicos de fase 2 e 3. Além disso, recomendações das agências de ATS canadense (CADTH), escocesa (SHTG) e inglesa (NICE) foram recuperadas. Resultados Foram identificadas sete tecnologias (axicabtagene ciloleucel, lisocabtagene e tisagenlecleucel, mosunetuzumabe, tazemetostato, duvelisibe e zanubrutinibe). Apesar de todas apresentarem registro no FDA e/ou EMA, apenas tisagenlecleucel possui registro na Anvisa. NICE não recomendou o tisagenlecleucel, mosunetuzumabe e duvelisibe; CADTH e SHTG não avaliaram nenhuma das tecnologias. Foram localizados 13 ensaios clínicos de fase 2 e 6 de fase 3. Axicabtagene foi a terapia com maior taxa de resposta objetiva (94%), seguido por tisagenlecleucel (86%), tazemetostato (77%) e zanubritinibe (68%). Axicabtgene (79%) e tisagenlecleucel (69%) também foram as terapias mais eficazes quando considerada taxa de resposta completa, seguido por duvelisibe (60%). Todos os tratamentos, exceto zanubritinibe, reportaram eventos adversos de qualquer grau sendo identificado em 99% a 100% dos participantes dos estudos. Com relação a eventos adversos graves, tisagenlecleucel foi a terapia mais segura (28%), seguido por axicabtagene (46%) e duvelisibe (83%) - demais tratamentos não reportaram este desfecho. Discussão e conclusões Os resultados preliminares deste MHT devem ser avaliados com cautela, visto que alguns estudos estão em andamento e foi identificado predomínio de estudos de fase 2 e de braço único. O desfecho mais reportado, taxa de resposta objetiva, é um desfecho substituto, dependente de fatores como tamanho do efeito, duração do efeito e avaliação de risco-benefício. O desfecho avaliado em estudos de braço único não representa uma medida direta de benefício, mas uma avaliação do tumor. Na prática, há grande incerteza na capacidade do desfecho substituto predizer o benefício clínico esperado. Esse panorama tecnológico pode apoiar gestores e tomadores de decisão em saúde no acompanhamento de tecnologias emergentes para o tratamento do LF. Por fim, para que ocorra a oferta desses medicamentos no SUS, é necessária a análise pela Conitec, considerando aspectos relacionadas à eficácia, segurança, custo-efetividade e impacto orçamentário para contribuir para a sustentabilidade do sistema de saúde.
Item Description:10.22563/2525-7323.2024.v9.s1.p.148
2525-5010
2525-7323