Fatores associados à polifarmácia em idosos residentes em comunidade

Introdução: O termo polifarmácia é utilizado para traduzir o uso de vários medicamentos, e sua prática em idosos tem sido frequentemente relacionada a efeitos adversos, interações medicamentosas, internações hospitalares e internamento prolongado. Acrescido a esses fatos, deve-se levar em consideraç...

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Main Authors: Tamiles Daiane Borges Santana (Author), Camille Giehl Martins Miranda (Author), Rudson Oliveira Damasceno (Author), Tuany Santos Souza (Author), Cezar Augusto Casotti (Author), Marcos Henrique Fernandes (Author), José Ailton Oliveira Carneiro (Author)
Format: Book
Published: Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia, 2023-02-01T00:00:00Z.
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Summary:Introdução: O termo polifarmácia é utilizado para traduzir o uso de vários medicamentos, e sua prática em idosos tem sido frequentemente relacionada a efeitos adversos, interações medicamentosas, internações hospitalares e internamento prolongado. Acrescido a esses fatos, deve-se levar em consideração ainda, as particularidades fisiológicas dos idosos, pois estes possuem alterações farmacocinéticas (aumento da gordura corporal, redução da água corporal, redução do metabolismo hepático e da excreção renal) e farmacodinâmicas que podem modificar a ação dos medicamentos. Objetivo: Quantificar a utilização de polifarmácia e identificar os fatores associados a essa prática entre idosos residentes em comunidade. Métodos: Foi realizado um estudo de corte transversal, de base populacional e domiciliar. A população do estudo era composta por 355 idosos, no qual foram registrados 17 (4,8%) recusas e 22 (6,2%) não foram encontrados após três visitas domiciliares em dias alternados, sendo consideradas perdas, resultando em população final de 316 (89%) idosos. Para a coleta de dados foi utilizado um formulário específico, baseado no questionário utilizado na Pesquisa Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE), realizado em sete países da América Latina e do Caribe. O uso de polifarmácia foi considerado como a utilização concomitante de 3 ou mais medicamentos, as variáveis sociodemográficas, comportamentais e condições de saúde foram coletadas por meio de um questionário próprio e o nível de atividade física pelo International Physical Activity Questionnaire. Resultados: Participaram do estudo 316 idosos com idade média de 74,2 ± 9,8 anos, sendo 54.7% do sexo feminino. Na análise ajustada, a polifarmácia esteve associada ao sexo feminino (RP = 1,40; IC95%: 1,08-1,81; p = 0,011), naqueles com faixa etária de 70 a 79 anos (RP = 1,58; IC95%: 1,18-2,11; p = 0,002), nos insuficientemente ativos (RP = 1,41; IC95%: 1,11-1,78; p = 0,005), hipertensos (RP = 2,37; IC95%: 1,24-4,52; p = 0,009), diabéticos (RP = 1,49; IC95%: 1,22-1,82; p < 0,001) e com duas ou mais doenças crônicas (RP = 4,35; IC95%: 1,20-15,73; p = 0,025). Conclusão: Observou-se uma elevada prevalência de idosos que faz uso da polifarmácia, neste sentido a abordagem terapêutica na população idosa constitui um desafio para os prescritores e para o Sistema Único de Saúde, sendo de suma importância que seja avaliado não só o número de medicamentos, mas também as classes e doses empregadas, uma vez que as propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas devem ser levadas em consideração, bem como as interações medicamentosas e a possibilidade do uso de medicamentos inapropriados para idosos.
Item Description:10.22563/2525-7323.2019.v4.s1.p.69
2525-5010
2525-7323