Mapeamento quanto à segurança da farmacoterapia antirretroviral entre pessoas vivendo com HIV: da análise de incidência à gravidade

Introdução: O modelo brasileiro de assistência farmacêutica para acesso universal à terapia antirretroviral (ARV) é referência em todo o mundo. No entanto, garantir apenas a aquisição desses medicamentos não repercuti, obrigatoriamente, em desfechos favoráveis para as pessoas que vivem com HIV/AIDS...

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Main Authors: Henry Pablo Lopes Campos e Reis (Author), Juliana De Oliveira Carlos (Author), Catarine Vitor Loureiro (Author), Braulio Mota Carvalho (Author), Christianne Fernandes Takeda (Author), Eudiana Vale Francelino (Author), Ana Maria Souza Araújo (Author), Maria Jaqueline Batista (Author), Mirian Parente Monteiro (Author), Ângela Maria de Souza Ponciano (Author), Marta Maria de França Fonteles (Author)
Format: Book
Published: Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia, 2023-01-01T00:00:00Z.
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Summary:Introdução: O modelo brasileiro de assistência farmacêutica para acesso universal à terapia antirretroviral (ARV) é referência em todo o mundo. No entanto, garantir apenas a aquisição desses medicamentos não repercuti, obrigatoriamente, em desfechos favoráveis para as pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHIV/AIDS), há necessidade de monitorar sua farmacoterapia, sabidamente complexa e, muitas vezes, leva a uma insegurança terapêutica para esses indivíduos. Este fato pode ser representado pelo surgimento de reações adversas aos antirretrovirais (RA-ARV) que afetam negativamente a qualidade de vida das PVHIV/AIDS.Objetivo: Neste sentido, buscou-se mapear as RA-ARV manifestadas durante o Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT), determinando as incidências desses eventos negativos relacionados aos ARV e classificar suas causalidades. Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal, realizado de acordo com Método Dáder de atenção farmacêutica para 100 pessoas vivendo com HIV monitoradas em um centro de especialidades médicas de Fortaleza-CE, no período de novembro/2008 a Janeiro/2012, através de consultas multidisciplinares mensais e atendimento farmacêutico individualizado. Os dados foram coletados da ficha de AFT individual desenhada para este fim. As RA-ARV foram classificadas pelo método da Organização Mundial da Saúde (2002), quanto à causalidade como "definida, provável,possível, condicional e não relacionada" e gravidade "leve, moderada, grave e fatal". Trabalho aprovado pelo Comitê Ética/UFC Nº 191/08. Resultados: Obteve-se uma incidência de 28,58% (n=245) de RA-ARV, onde as do trato gastrointestinal foram as mais observadas 47,5% (117/245), ex. diarréia, náusea e vômito. As relacionadas ao Sistema Nervoso apareceram em segundo lugar 41,22% (101/245), manifestadas por tonturas, pesadelos, delírios. Quanto às classes de ARV os que mais ocasionaram RA foram Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa 46,12% (113/245), Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa com 29,80% (73/245) e Inibidores de Protease 20% (49/245). Em relação à causalidade foram classificados como possível 50,20% (123/ 245), como provável um total de 19,18% (47/245) e comocondicional 30,61% (75/245). Quanto à gravidade foi classificada como leve 72,24 % (177/245) e moderada 27,75% (68/245).  Discussão: Diante dos achados, ressalta-se o importante papel do AFT como mecanismo estratégico na rastreabilidade da segurança dos medicamentos de PVHIV/AIDS que geram frequentes problemas na sua farmacoterapia, como evidenciado em praticamente 30% de incidência de RA-ARV, não limitando o papel do farmacêutico ao acesso do medicamento, mas no manejo individualizado das demandas de cada usuário. Conclusão: Os dados ratificaram que os ARV são altos desencadeantes de RA e estas precisam ser monitorados continuamente quanto sua causalidade e gravidade através de um AFT sistemático e contínuo, buscando o melhor manejo da segurança dessa farmacoterapia e prevenindo falhas de adesão.
Item Description:10.22563/2525-7323.2016.v1.s1.p.36
2525-5010
2525-7323