O parecer do Conselho Federal de Medicina, o incentivo à remuneração ao parto e as taxas de cesariana no Brasil

O estudo buscou investigar como o incentivo à remuneração ao parto, preconizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) do Brasil, influencia as taxas de cesariana. Foi investigada uma amostra consecutiva de 600 puérperas. A proporção de cesarianas na amostra foi de 59,2%, sendo 92,3% entre as...

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Main Authors: Paulo Fontoura Freitas (Author), Bianca Carvalho Moreira (Author), Andre Luciano Manoel (Author), Ana Clara de Albuquerque Botura (Author)
Format: Book
Published: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, 2015-09-01T00:00:00Z.
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Summary:O estudo buscou investigar como o incentivo à remuneração ao parto, preconizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) do Brasil, influencia as taxas de cesariana. Foi investigada uma amostra consecutiva de 600 puérperas. A proporção de cesarianas na amostra foi de 59,2%, sendo 92,3% entre as mulheres tendo parto e pré-natal com o mesmo profissional. As taxas de cesariana foram significativamente mais elevadas exatamente naqueles grupos com maior prevalência do mesmo profissional, ou seja, idade mais avançada (RP = 1,65), maior escolaridade (RP = 1,25), pré-natal privado (RP = 1,39) ou por convênio (RP = 1,43), cesariana prévia (RP = 2,78) e admitidas precocemente (RP = 1,93). O entendimento do CFM de que o incentivo ao acompanhamento presencial do trabalho de parto, pago à parte, para o mesmo obstetra que realizou o pré-natal, funcionará como incentivo ao parto normal, está exatamente na contramão de nossos resultados, mostrando que as mulheres atendidas pelo mesmo profissional no pré-natal e parto são exatamente aquelas que apresentam as taxas de cesariana mais elevadas.
Item Description:0102-311X
10.1590/0102-311X00002915