Repercussões e posicionamentos frente ao desabastecimento da L-Asparaginase no período de 2017 e 2018.

Introdução: A L-asparaginase, droga que trata câncer hematológico, sofreu desabastecimento em hospitais públicos do Brasil. A tentativa do Ministério da Saúde (MS) em repor os estoques surtiram críticas e repercussões na mídia, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), MS, Legislativo e nas...

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Main Authors: Juliana Santos Rocha (Author), Patrícia Sodré Araújo (Author), Tatiane Oliveira Evangelista (Author), Flávio de Almeida Couto (Author), Mariluce Karla Bomfim (Author), Yara Oyram Ramos Lima (Author), Ana Cristina Souto (Author), Ediná Alves Costa (Author)
Format: Book
Published: Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia, 2023-02-01T00:00:00Z.
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Summary:Introdução: A L-asparaginase, droga que trata câncer hematológico, sofreu desabastecimento em hospitais públicos do Brasil. A tentativa do Ministério da Saúde (MS) em repor os estoques surtiram críticas e repercussões na mídia, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), MS, Legislativo e nas Associações Brasileiras de Oncologia. OBJETIVO:Identificar e discutir o posicionamento de atores sociais frente aos desdobramentos da aquisição da L-asparaginase no período de 2017-2018. Metodologia: Estudo integra o Observatório de Análise de Política em Saúde (OAPS) do Eixo temático Políticas de Medicamentos, Assistência Farmacêutica e Vigilância Sanitária do ISC/UFBA em parceria com a UNEB. Foram usados dados do banco de notícias do OAPS veiculadas em 2017-2018 pelo MS, ANVISA, Câmara de Deputados e entidades representativas da saúde. As notícias foram organizadas e posteriormente discutidas. Resultado e Discussão: Diante da indisponibilidade e desabastecimento da L-asparaginase no mercado brasileiro, o MS decidiu adquiri-la por cotação internacional - critério menor preço, vencendo um laboratório farmacêutico chinês. Tal decisão produziu matéria, na qual o programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, denunciava, com laudo técnico, presença de impurezas no medicamento da referida empresa chinesa. O MS contestou as acusações e demonstrou laudos de 6 laboratórios atestando a segurança e eficácia da L-asparaginase chinesa. A ANVISA esclareceu que realiza análise documental prévia à autorização da importação. O legislativo exigiu esclarecimentos ao MS, que justificou suas decisões sobre a troca de laboratório. O Ministério Público impetrou ação civil baseado na matéria divulgada pelo Fantástico e no depoimento de especialistas médicos e pediu o recolhimento dos lotes do medicamento chinês. A Justiça Federal, via liminar, proibiu a compra da droga pelo SUS. As sociedades de oncologia deram pareceres desfavoráveis ao medicamento alegando possíveis riscos à saúde. O Legislativo fomentou interesse em fiscalizar os atos do Poder Executivo. O MS, responsável por planos e políticas públicas para promoção, proteção, prevenção e assistência à saúde, informou sobre suas decisões à mídia e reviu a compra da droga. O desabastecimento da L-asparaginase persiste. Conclusão: Repercussões do caso mostrou conflitos entre os poderes, as necessidades de saúde pública a prática médica e revelou interesses do mercado e das indústrias em detrimento às necessidades da população.
Item Description:10.22563/2525-7323.2019.v4.s1.p.109
2525-5010
2525-7323